O raio catódico foi descoberto por William Crookes
usando um dispositivo inventado por ele conhecido como tubo
de Crookes. Durante suas experiências Crookes deixou
acidentalmente algumas embalagens contendo chapas fotográficas
virgens próximo onde havia instalado o seu tubo rarefeito.
Algum tempo depois, ao usar estas chapas fotográficas
verificou que algumas tinham sido sensibilizadas. Entretanto,
nunca lhe ocorrera que a sensibilização das
películas pudesse ser uma conseqüência da
radiação emanada do tubo rarefeito. A história
da ciência esta repleta de sutilezas, pois da mesma
forma que Crookes, outro físico de renome Phillip Lenard,
não atinou para o fato de investigar por que uma lâmina
delgada de alumínio revestida com uma película
de platinocianeto de bário ficava fluorescente na presença
de raios catódicos produzidos pelo tubo de Crookes
quando em sua proximidade.
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Fig. 350 - Primitivo tipo de aparelho
de raios-X. |
Willhelm Conrad Roentgen era engenheiro mecânico onde se formou em 1868
na Escola Politécnica de Zurich. Entretanto, apesar de
nunca ter freqüentado um curso básico de Física
doutora-se em Filosofia com a tese “Estudo sobre Gases”.
Seu grande interesse por experiência sobre mutações
físicas, o ensino e, a grande habilidade de conduzir
pesquisas sobre os raios catódicos aproximou-o de outros
pesquisadores como: Hertz, Hittorf e Crooks e, com eles desenvolveu
experiências que permitiram comprovar os efeitos desses
raios sobre placas fotográficas. Em 8 de novembro de
1895, Roentgen repetiu a experiência de Lenard empregando
um tubo de Crookes provido com um tipo de máscara. Trabalhando
em seu laboratório caseiro verificou que uma parte dos
raios catódicos produzidos escapava do tubo passando
pela máscara. Da mesma forma que Lenard fizera, colocou
uma lâmina de alumínio delgada, revestida com uma
película de platinocianeto de bário, próxima
da máscara do tubo de Crookes comprovando que através
da máscara haviam escapado raios catódicos suficientes
para provocar uma leve fluorescência. Intrigado com o
fenômeno, Roentgen começou a pesquisar se seria
necessário abrir uma janela na parede de vidro do tubo
para que os raios catódicos escapassem. Como os raios
catódicos eram invisíveis, pensou que seria necessário
usar um tipo de tela para a sua detecção. Entretanto,
como achava que haveria uma menor fluxo de raios catódicos
emanando da parede de vidro do que através da mascara
coberta com tiras delgadas de alumínio devido à
intensa luminosidade do tubo de Crookes, talvez não seria
possível observar a tênue fluorescência da
tela. Assim, Roentgen cobriu o tubo de Crookes
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Fig 350A - Geissler na Alemanha
foi um precursor na fabricação de tubos
rarefeitos providos com eletrodos que quando energizados
por uma máquina eletrostática ou de indução
permitiam observar uma descarga luminosa. |
com um cartão negro para impedir toda a luminosidade
indesejada alem de obscurecer o ambiente do seu laboratório.
Ao excitar o tubo, verificou uma emanação amarelo-esverdeada
cintilando intensamente. Incrédulo, repetiu a experiências
por diversas vezes concluindo que o catodo do tubo não
era responsável pela fluorescência convencendo-se
finalmente que se tratava de um raio desconhecido o qual foi
por ele denominado de raios-X.fig 350
Na realidade os raios-X são um tipo de onda eletromagnética
alocada em uma determinada porção do espectro
de radiofreqüência, consistindo de uma rápida
variação dos campos de força e eletromagnético.
Logo após a descoberta dos raios-X, concentrou-se esforços
para sua aplicação em medicina. Originalmente,
o diagnóstico
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Fig. 351 - Uma moderna ampola de raios-X |
por Raios-X era indicado apenas para ortopedia. Os primeiros
anos da sua descoberta foram de tentativas e erros devido à
precariedade dos equipamentos e, principalmente do desconhecimento
dos seus efeitos sobre os seres humanos. Entretanto, já
na segunda década do século XX registraram-se
grandes avanços como do aparecimento de dispositivos
geradores de raios-X, conhecidos como ampolas, agora mais elaboradas,
além de sistemas de cálculos para controle da
dosagem. Fig. 351. Assim, para roentengrafias de qualidade satisfatória
do sistema ósseo a excitação do aparelho
exigia respectivamente baixa tensão e corrente, cerca
de 70 kV. À medida que o conhecimento da técnica
roentengráfica se aprofundava começou a ser aplicada
para diagnósticos em outras áreas como, gastroenterologia
e pneumologia. No diagnóstico de doenças do tórax,
como por exemplo da tuberculose, em virtude das áreas
em observação serem móveis e profundas,
exigia excitações com tensões mais elevadas
e menor tempo de exposição surgindo assim a fluoroscopia.
Os novos aparelhos advindos desta crescente tecnologia aliados
com o processo de contraste eram agora capazes de focalizar
a área em observação com grande precisão,
permitindo identificação de abscessos profundos
como tumores malignos, fraturas etc.
A descoberta de Roentgen foi a primeira grande aplicação
dos fenômenos elétricos em medicina sendo a precursora
da moderna radiologia e, do diagnóstico por imagem
com a invenção em 1972 da tomografia axial transversa
computadoriza.
Como visto os raios-X foi uma conseqüência direta
da avançada evolução da Física no
campo da Eletrologia ocorrida no final do século XIX,
que paralelamente abriu novas possibilidades de pesquisa e,
assim, permitindo agora que as tênues correntes de origem
biológica começassem a ser medidas e registradas
com maior precisão. |