No início da década de 1970, surgem no mercado
os primeiros circuitos supressores de ruídos. Dentre
eles se destacam o sistema dbx e Dolby. Entretanto, apesar destas
inovações que aumentavam a qualidade do registro
sonoro por meios analógicos estes ainda apresentavam
distorções. Isto foi evidenciado baseado em novos
parâmetros de medidas para avaliação da
margem dinâmica das gravações produzidas
pelas três fontes básicas: discos, fitas magnéticas
e transmissões em freqüência modulada. Assim,
a margem dinâmica ou a quantidade de sinal em relação
ao nível de ruído e de distorção
estavam aquém da qualidade desejada por ainda apresentarem
elementos espúrios. Fig. 334
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Fig. 334 - Esquemático do sistema
Dolby. |
Analisando criteriosamente cada elo da cadeia de áudio,
os engenheiros determinaram que para a melhoria da qualidade
sonora os futuros desenvolvimentos deveriam se concentrar principalmente
na área da gravação originando um novo
processo capaz de permitir o registro e a reprodução
do sinal musical com elevada margem dinâmica e isento
de distorção.
A partir de 1980, a modulação por impulso-código
começou a ser empregada de forma que os sinais analógicos
produzidos pela fonte sonora natural pudessem ser digitalmente
convertidos tanto para a gravação como reprodução.Na
realidade a modulação por impulso-código,
designada por PCM, pode ser definida como um método de
modulação que abrange a conversão de uma
forma de onda analógica em digital por meio de um código.
Basicamente, o seu princípio consiste em se amostrar
o sinal do padrão musical por uma freqüência
fixa, verificando-se o valor do nível amostrado. Fig.
335
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Fig. 335 - Ilustração
da técnica PCM. |
O valor de cada nível amostrado é, portanto, convertido
em notação binária. Fig. 336
Assim, por exemplo à resolução do sistema
pode ser de 14 ou 16 dígitos binários, ou bits.
A configuração de dígitos binários
é conhecida como quantificação, sendo as
mais usadas de 14 ou 16 bits. O processo PCM completa-se quando
os valores digitais, representando cada nível amostrado
original, estiverem interligados.
O sinal codificado dessa maneira apresenta as seguintes vantagens:
Ausência de distorção, pois mesmo que ocorra
algum tipo, inerente à operação de amostragem,
pode-se elimina-lo por meio de códigos de correção.
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Fig. 336 - Comparação
entre a notação decimal e binária. |
Multiplexão, um único impulso codificado permite
englobar vários outros tipos de sinais, sem que haja
ocorrência de diafonia;
Relação sinal/ruído, sua qualidade esta
ligada à configuração dos dígitos
binários; assim, durante a modulação, pelo
aumento dos chamados dígitos binários de quantificação,
obtém-se uma excelente relação sinal/ruído,
superior à do sistema analógico.
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Fig. 337 - O vídeo disco lançado
no mercado pela Philips no meado da década de 1970. |
Fig. 338 - O disco de áudio digital
compacto. |
A aplicação da técnica PCM em áudio
começou no final da década de 1960, no Japão,
utilizando um gravador de vídeo com cabeça de
varredura helicoidal. Apesar dos princípios básicos
da gravação analógica serem os mesmo dos
sinais PCM, o equipamento desta natureza - os gravadores digitais
- apresenta características próprias devido à
grande largura de faixa necessária ao registro dos sinais.
Várias concepções foram desenvolvidas para
aumentar a densidade de gravação, pois enquanto
o tipo analógico necessita do chamado ajuste de polarização,
ou bias, para manter a sua linearidade, o mesmo não ocorre
com o tipo digital, o qual, por exemplo, pode operar pela saturação
da fita magnética através de um intenso campo
magnético. Desta maneira, tem-se o sistema de cabeças
rotativas dos gravadores de vídeo, como aquele de cabeça
estacionária, capaz de registrar e dispersar um canal
de dados em diversas pistas.
Por volta de 1980, esse tipo de gravador fazendo uso da técnica
PCM já estava sendo largamente empregado na gravação
de discos “long playing” de altíssima qualidade.
Entretanto, não tardou o aparecimento de novos processos
de gravação como o DAD - Digital Audio Disc -
Fig. 337
Assim, nos meados da década de 1980 as empresas Sony
e Philips, integrando as suas concepções tecnológicas
advindas do processo DAD, propuseram o mundialmente adotado
sistema de disco de áudio digital compacto, popularmente
conhecido como CD ou Compact Disc. Fig. 338
Este novo meio de gravação e registro dos sons
naturais revolucionou a indústria fonográfica
pela sua excelente qualidade sonora e praticidade, resultado
direto da tecnologia Laser com a reprodução digital,
aliada a um toca-disco compacto de operação totalmente
automática. |
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