11.2.3 - AS TRANSMISSÕES EM FAIXA LATERAL ÚNICA

A idéia de transmissões em faixa lateral única surgiu por volta de 1915. No final da década de 1920, as transmissões telefônicas por cabo submarino operavam por este sistema. Em 1936, a companhia Western Electric, EUA, construiu um transmissor de alta freqüência o qual usava uma série de motores elétricos para manter o BFO estabilizado na freqüência.
Entretanto, a consolidação deste modo de transmissão tornou-se técnica e comercialmente possível graças às pesquisas feitas por Arthur Collins e os seus engenheiros no início de 1950.
Nas comunicações em SSB, é usada somente uma das faixas laterais de forma que somente a faixa lateral remanescente é irradiada pelo transmissor. Em algumas topologias deste modo de transmissão permitem quando desejável, a injeção de um nível controlado da portadora, de forma que tanto um sinal puro em SSB ou um sinal com portadora controlada podem ser irradiados. Assim, quando necessário, a portadora pode ser inserida com um nível suficiente alto para permitir sua demodulação por um receptor operando convencionalmente, em AM ou modulação por amplitude.
Como somente uma faixa lateral é irradiada, aliada a grande estabilidade de freqüência, não exigindo faixas de guarda tão amplas, a largura do canal de transmissão requerida é metade daquela necessária para transmissões pôr modulação em amplitude, AM. De forma que a finalidade precípua do SSB foi o aproveitamento do rádio espectro tanto para os radioamadores como em outros congestionados canais de comunicação.
Desta maneira, o conceito de transmissão em faixa lateral única resolveu inúmeros problemas de comunicações em função não somente da sua economia, confiabilidade e principalmente versatilidade operacional. Nos meados da década de 1950, tanto os radio amadores como boa parte dos sistemas de comunicações militares como aqueles usados em aviação civil já dispunham de equipamentos operando em faixa lateral única. Fig. 298

Fig. 298 - esquemático da transmissão em faixa lateral única – SSB.
NOMENCLATURA ESTÁGIO NO TRANMISSOR NOMENCLATURA ESTÁGIO NO RECEPTOR
A MICROFONE J SINTONIZADOR
B OSCILADOR DA PORTADORA DE BAIXA FREQUENCIA L AMPLIFICADOR DE FREQUENCIA INTERMEDIARIA
C MODULADOR BALANCEADO M MISTURADOR
D AMPLIFIADOR DE ÁUDIO N OSCILADOR DE BATIMENTO
E FILTRO DE FAIXA LATERAL ÚNICA O FILTRO DE FAIXA LATERAL ÚNICA
F CONVERSOR BALANCEADO P AMPLIFICADOR DE FREQUENCIA INTERMEDIÁRIA DE FAIXA ESTREITA
G OSCILADOR DA PORTADORA Q OSCILADOR DE DEMODULAÇÃO
H AMPLIFICADOR LINEAR DE POTÊNCIA R DETECTOR DE PRODUTO
I AMPLIFICADOR LINEAR S AMPLIFICDOR DE ÁUDIO
    T AUTOFALANTE

298A - ilustração de um rádiorreceptor de comunicação para operação em SSB modelo 2B fabricado pela companhia norte americana R.L.Drake no início da década de 1960.

Sem dúvida alguma o conceito de transmissão em faixa lateral única causou uma revolução nas comunicações. Conforme anteriormente visto a sua evolução deve grande parte ao esforço de radioamadores que na sua perene tradição na melhoria do emprego do éter como meio de transmissão das ondas hertzianas atua concomitantemente no desenvolvimento de um outro não menos importante campo da Eletrônica que aquele da radiotelefonia móvel.